Sete de maio, terça-feira, aconteceu a Rinha de Calouros de 2024. A competição era em equipes de até três pessoas, mas eu participei sozinho porque meus amigos, que tem mais juízo do que eu, preferiram ficar estudando para a prova de Cálculo I que teríamos na sexta.
Cheguei no evento bem triste, bem desanimado, não só porque estava sozinho, mas também porque tinha tido uma séria de problemas pessoais e parecia que tudo estava dando errado pra mim naquela semana. Eu estava muito ansioso no início da prova, o que sempre me torna menos eficiente. Quando acabei de codar meu template (que era bem básico), um dos problemas já havia sido resolvido. Isso funcionou a meu favor pois, sozinho, minha estratégia era: ao invés de procurar as questões mais fáceis por mim mesmo, eu simplesmente fiquei de olho no placar e, cada vez que um time resolvia um problema, eu ia atrás e fazia o mesmo problema. Assim, consegui três dos sete possíveis balões, o que me rendeu a segunda colocação no ranking final.
Por muito pouco, quase nada, não passei outros dois problemas. Cheguei na “solução” para os problemas A e C, mas errei na escrita do código. Acho que essa foi a hora em que mais senti falta de ter alguém com quem discutir as questões durante a prova, se eu tivesse simplesmente explicado meu código em voz alta para alguém, acredito que eu teria percebido meus erros. Felizmente, no final de semana seguinte, fui introduzido ao conceito de “rubber duck debugging” e, agora, levo sempre comigo um astronauta de brinquedo. Então estou confiante de que essa situação não há de se repetir.
A premiação para o segundo lugar eram três lanches no Kelson (presumivelmente, um para cada membro de um trio), enquanto a premiação para o primeiro lugar eram seis lanches (dois para cada um). Mas, como o primeiro lugar estava em três pessoas e eu estava sozinho, ainda acabei com o maior prêmio “per capito”.
Essa competição foi muito legal. Eu cheguei triste e sozinho e saí feliz e cercado de amigos. Certamente valeu a nota baixa que está por vir em Cálculo.
No dia 15, durante a Semana da Computação da Udesc, o Brute organizou um evento de coding game. Eu nunca tinha ouvido falar desse negócio. Funciona assim: existem três categorias, quem resolve o problema mais rapidamente, que o faz com o menor número de caracteres e “reverse”, na qual os jogadores têm que adivinhar o que a questão pede só com base nos exemplos. No final de cada rodada, os jogadores com pior desempenho são eliminados.
Ao aprender as regras, eu, que digito muito devagar e uso nomes longos para funções e variáveis, já sabia que não iria muito longe. E, quando anunciaram como seria a final, com os dois últimos competidores sentados frente a frente, rodeados pelas outras pessoas, disputando uma melhor de três com rodadas de cinco minutos, eu fiquei até aliviado de saber que seria eliminado antes de chegar a isso, mas eu ainda estava disposto a me esforçar pra ver até onde eu iria.
Pois bem, não é que eu cheguei na final? Aqui não tem surpresa porque já está no título do post, acabei em segundo lugar. Eu estava tão nervoso na hora que não consegui digitar nada pelos primeiros três minutos da primeira rodada e, na segunda, pensei na resposta certa, mas escrevi errado… Eu fico pensando que eu digito devagar e que escrevo demais, mas, na verdade, meu maior ponto fraco é o nervosismo. Minhas mãos ainda tremiam depois do fim da premiação. Ganhei um botton bonitinho com o mascote do Brute.
Esse é um dos motivos pelos quais eu mais gosto de programação competitiva, independentemente de desempenho, eu sempre acabo me sentido bem. O Brute tem uma cultura interna muito legal, todo mundo se ajuda e apoia em tudo.
No mesmo dia do coding game, o Brute também trouxe o Ber da Unicamp para dar uma palestra (na qual eu dei mole e não tirei foto). Ele falou sobre binary lifting, que eu não conhecia, e mostrou a aplicação disso em algumas questões. Eu ainda não estou no nível de pegar tudo o que ele passou, mas a experiência certamente agregou bastante. O cara, além de bom, é muito gente fina.